quinta-feira, 31 de março de 2016

Saiba o que difere (mesmo) marketing multinível e pirâmide?

O Brasil está vivendo uma epidemia de pirâmides: atualmente, o Ministério Público investiga mais de 30 empresas por supostamente promoverem o esquema. O caso recente mais notório é o da TelexFREE, que está com bens de seus sócios bloqueados pela Justiça. As empresas se defendem, dizendo que praticam marketing multinível, mas, afinal, o que é isso, e por que é tão difícil diferenciá-lo de uma pirâmide?

Diversas empresas trabalham com um sistema em que produtos são repassados para vendedores que tem uma relação direta com um fornecedor central, como no caso da Natura. As vendas diretas como um todo movimentaram 50 bilhões de reais em 2011, o equivalente a 0,75% do produto interno bruto do país, de acordo com a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Mais de 4 milhões de brasileiros estão cadastrados como revendedores.

O marketing multinível é um modelo de venda direta que inclui também o recrutamento indireto de vendedores e participação nos resultados dos recrutados. Não há nada de ilegal nisso. O problema ocorre quando a rede é a própria sustentação do negócio, o que configura pirâmide – ilegal em vários países, inclusive no Brasil e nos Estados Unidos.

Definições

Em linhas gerais, pirâmide é um esquema de marketing multinível sem lastro real – quando o serviço ou produto oferecido ou não existe de fato ou não é a fonte principal dos recursos obtidos pela empresa.

“O marketing multinível estabelece relações contínuas de consumo com pessoas fora da estrutura. Na pirâmide, há um processo restrito aos indivíduos que estão dentro dela, e o que você está comercializando é a troca dos próprios recursos internos”, explica Silvio Laban, coordenador dos cursos de MBA do Insper e professor de marketing.

De acordo com material da Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas, a pirâmide também se caracteriza pela falta de treinamento para vendedores e ausência de continuidade nos processos. Ao contrário da venda direta legítima, quando há pagamento de impostos e a recompensa é proporcional ao esforço de cada um, na pirâmide ganha mais quem está no topo da hierarquia.

Como não há leis regulamentando a venda em rede no país, os associados da ABEVD se orientam por um código de ética próprio baseado no modelo mundial da World Federation of Direct Selling Association (WFDSA).

De acordo com a Comissão Federal de Comércio, agência do governo americano responsável por coibir práticas anticompetitivas e proteger o consumidor, “se o dinheiro é baseado em vendas para o público, pode ser um esquema de marketing multinível legítimo. Se o dinheiro é baseado no número de pessoas que você recruta e suas vendas para elas, então não: é um esquema de pirâmide”.

Há quem afirme que não existe modelo de marketing de multinível sustentável. Eles apontam números mostrando que a grande maioria dos revendedores nunca consegue lucrar de fato e argumentam que a internet teria tornado obsoleta a ideia de divulgar e distribuir um produto por esse sistema. Mas, pelo menos por enquanto, as agências regulatórias ainda usam a diferenciação.

História

Há controvérsias sobre quando surgiu o conceito de marketing multinível, mas seu primeiro empreendedor de destaque foi o americano Carl Rehnborg. Ele viveu na China nos anos 20, onde começou a formular suas ideias sobre a ligação entre nutrição e saúde, e quando voltou aos Estados Unidos, criou uma linha de suplementos nutricionais que batizou de Nutrilite.

Para vender seus produtos, ele formou uma rede de revendedores e entrou na mira da agência do governo americano responsável pela segurança da comida e de medicamentos, que o impediu de alardear curas milagrosas. Carl Rich DeVos e Jay Van Andel estavam distribuindo a marca havia 10 anos quando fundaram a Amway em 1959.

A empresa vende produtos da Nutrilite até hoje, apesar de ter diversificado seu portfólio para produtos de limpeza e beleza. Em 1979, a Comissão Federal de Comércio ordenou que a Amway parasse com a fixação de preços, mas concluiu que ela não promovia um esquema de pirâmide porque não cobrava taxa de entrada e exigia que os produtos fossem vendidos para consumidores finais e não só dentro da rede de revendedores.

Herbalife

Famosa pelo selo “Quer emagrecer? Pergunte-me como”, a Herbalife é outra empresa com décadas de história que continua tendo que justificar a validade do seu modelo de negócios.

A polêmica ressurgiu no final do ano passado, quando o bilionário Bill Akman iniciou uma campanha pública para provar que a empresa é uma pirâmide e levar o valor de suas ações a zero.

Outros investidores organizaram um contra-ataque e por enquanto, a empresa tem disparado na bolsa e não está sendo investigada. Por meio de sua assessoria, a Herbalife informa que é associada da ABEVD e que não há ganhos só com recrutamento: é preciso que a venda do produto efetivamente aconteça.

Se você está questionando se algum negócio que você conhece é uma pirâmide, vale responder este questionário. Na dúvida, basta uma regra simples: se parece bom demais para ser verdade, a chance maior é que seja mesmo.

Natura é a 6ª empresa de vendas diretas do mundo ; veja lista

DSN anuncia o 2015 Global 100! Desde 2004 Direct Selling News foi dedicado a contar histórias focadas em relacionar as oportunidades vendedores diretos fornecem a milhões de proprietários de empresas independentes em todo o mundo. Então, parecia apenas adequado para DSN para reconhecer ainda mais a indústria através da compilação de uma lista abrangente, a partir de 2010, das principais empresas de vendas diretas no mundo. A seguir contém o ranking de 2015 DSN Global 100 (com base em 2014 receitas), a nossa lista anual dos principais geradores de receita empresas de vendas diretas do mundo. A lista é publicada na edição de junho da Direct Selling News .

2015 Rank

Company Name

2014 Revenue

1Amway$10.80B
2Avon$8.90B
3Herbalife$5.00B
4Mary Kay$4.00B
5Vorwerk$3.90B
6Natura $3.20B
7Infinitus$2.64B
8Tupperware$2.60B
9Nu Skin$2.57B
10JoyMain$2.00B
11Oriflame$1.68B
12Ambit Energy$1.50B
13Belcorp$1.40B
14Primerica$1.34B
15Tiens$1.16B
16Telecom Plus$1.10B
17New Era$928M
18Stream Energy$918M
19Miki$868M
20Yanbal$856M
21Shaklee$844M
22ACN $827M
23Pola$800M
24USANA$790M
25DXN$780M
26Cosway$749M
27Isagenix$725M
28Thirty-One Gifts$643M
29Market America$626M*
29Noevir$582M
30For You$560M
31It Works!$538M
32Team Beachbody$518M
33Rolmex$512M
34Forbes Lux$501M
35AdvoCare$494M
36Arbonne$486M
37Apollo$448M
38Jeunesse$419M
38Scentsy$419M
40Nerium$403M
41Yofoto$400M
42Team National$399M
44Nature's Sunshine$366M
45KK Assuran$362M
46For Days$360M
47WorldVentures$352M
48PartyLite$347M
494Life Research$332M
50Rodan + Fields$330M
51Viridian$328M
52LG Household & Healthcare$321M
53PM-International$313M
53Naturally Plus$313M
53Menard Cosmetics$313M
56Plexus Worldwide$310M
57LR Health & Beauty$303M
58Sunhope$288M
59Naris Cosmetics$282M
60Origami Owl$250M
60Charle$250M
62Family Heritage Life$237M
63Southwestern$235M
64Japan Life$229M
65Longrich$224M
66Pro-Health$221M
67LifeVantage$214M
67Organo Gold$214M
69Take Shape For Life$206M
70Maruko$205M
71Diana$204M
72Vemma$201M
73Mannatech$190M
74BearCere'Ju$185M
75Hy Cite$178M
76CUTCO$165M
77Princess House$161M
78AnRan$160M
79SEACRET$145M
79Koyo-sha$145M
81Youngevity$134M
82Natural Health Trends$125M
83Arsoa Honsha$118M
845LINX$109M
84CVSL$109M
86Kelti$102M
86Akasuka$102M
88Chandeal$89M
89Ion Cosmetics$88M
90Golden Sun$83M
91Ten Fu Tenmax$80M
92Vision Int'l People Group$79M
93Nefful International$75M
93Kasly Ju$75M
95ARIIX$73M
95Nature Care$73M
97Immunotec$72M
98ASEA$70M
99Zurvita$69M
100Kleeneze$63M

*An earlier version of the 2015 Global 100 list contained an incorrect revenue figure for Market America. The company has certified that its net sales were $626 million, ranking it No. 29 on the Global 100.